1. Quem contar tráz à memória, sabendo que a dôr existe, quando a morte ainda insiste, em calar quem faz a História.
Pois quem morre não tem glória nem tão pouco desespera, é um valente na guerra tomba, em nome da vida.
Da intenção ninguém duvida, quando matam um Sem Terra.
2. Foi assim nesta jornada, quando mataram mais um o companheiro ELTOM BRUM, não teve tempo prá nada.
Numa arma disparada o Estado é quem enterra e uma vida se encerra, em nome da covardia.
Toda nossa rebeldia quando matam um Sem Terra.
3. É o desatino fardado, armado até os dentes, até esquecem que são gente, quando estão do outro lado.
E vestidos de soldado, todo o sonho dilacera, violência prolifera tiro certeiro, fatal.
Beiram o irracional, quando matam um Sem Terra.
4. Quem és tu, torturador, que tanta dor dasatas, desanima e maltrata o humilde plantador?
Negas a classe, traidor, do povo tudo se gera, te esqueces deveras, debaixo de um capacete.
Dá a ordem o gabinete quando matam um Sem Terra.
5. Em algum lugar da pampa ELTOM deve estar, tranquilo no caminhar, jeito humilde na estampa.
E algum céu se descampa, coragem se retempera, outras batalhas se espera, dois projetos em disputa.
Não se desiste da luta, quando matam um Sem Terra.
PEDRO MUNHOZ
Barra do Ribeiro/RS
Onde querem chegar na verdade?
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