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segunda-feira, 12 de abril de 2010

DIREITO DE COMER DIREITO


A ação direta "Direito de Comer Direito" foi na frente do merado Nacional, da rede multinacional de supermercados WalMart, da República em protesto contra a forte represão que sofremos na Ação Nacional pela Soberania Alimentar no 11 junho de 2008, também no WalMart, esse localizado na Múcio Texeira em que a PM agrediu covardemente as mulheres, homens, crianças e idosos que participavam da Ação, apreendendo a boneca de 5 metros Dona Maria. Alguns meses depois, em uma formação de uma semana no acampamento Jair da Costa em Santa Rita, fomos para a rua novamente lutar pelos direitos de uma alimentação decente na mesa dos brasileiros, produzida pela agricultura familiar dos pequenos agricultores. O ato que aconteceu demanhã, começava dentro do Nacional da República; uma companheira do teatro, Carla e outras mulheres, entraram no Wall Mart fazendo a ação direta de denuncia "Dona Maria", onde representavam donas de casa (sendo elas também donas de casa) reclamando dos altos preços dos alimento e sobre a trangenia, ao se encaminharem para o caixa para pagar as comprar, elas cantam a música: "Dona Maria tem 7 filhos,todos eles pequenininhos,a panela pequenininha,todos eles querem comer.Olha bate panela que eu quero ver!". Esperamos elas sairem em segurança, fora do mercado, aguardavamos prontos para apresentar a intervenção montada e encenada em pareria com o Movimento Sem Terra, denunciando as transnacionais, o governo e a polícia, orgãos que perpetuam a miséria do povo. Apresentamos de frente para a PM que fazia a "segurança" desse mercado transnacional, mas desta vez sem agressão fisica. Conseguimos apresentar e denunciar e seguimos em marcha para a "Marcha dos Sem" que aconteceu durante a tarde desse mesmo dia.

terça-feira, 6 de abril de 2010

IMPUNIDADE

Foto do Ato 13 Anos de Impunidade do Massacre de Eldorado dos Carajás.

No dia 17 de abril de 1996, no estado brasileiro do Pará, perto de uma povoação chamada Eldorado dos Carajás, 155 soldados da polícia militarizada, armados de espingardas e metralhadoras, abriram fogo contra uma manifestação de camponeses que bloqueavam a estrada em ação de protesto pelo atraso dos procedimentos legais de expropriação de terras, como parte do esboço ou simulacro de uma suposta reforma agrária na qual, entre avanços mínimos e dramáticos recuos, se gastaram já cinquenta anos, sem que alguma vez tivesse sido dada suficiente satisfação aos trabalhadores do campo. Naquele dia, no chão de Eldorado dos Carajás ficaram 19 mortos, além de umas quantas dezenas de pessoas feridas. Passados três meses sobre este sangrento acontecimento, a polícia do estado do Pará, arvorando-se a si mesma em juiz numa causa em que, obviamente, só poderia ser a parte acusada, veio a público declarar inocentes de qualquer culpa os seus 155 soldados, alegando que tinham agido em legítima defesa, e, como se isto lhe paresesse pouco, reclamou processo judicial contra três dos camponeses, por desacato, lesões e detenção ilegal de armas. O arsenal bélico dos manifestantes era constituído por três pistolas, pedras e instrumentos de lavoura mais ou menos manejáveis. Demasiado sabemos que, muito antes da invenção das primeiras armas de fogo, ja as pedras, as foices e os chuços haviam sido considerados ilegais nas mãos daqueles que, obrigados pela necessidade a reclamar pão para comer e terra para trabalhar, encontraram pela frente a policia militarizada do tempo, armada de espadas, lanças e alabardas. ao contrário do que geralmente se pretende fazer acreditar, não há nada mais fácil de compreeender do que a história do mundo, que muita gente ilustrada ainda teima em afirmar ser complicada demais para o entendimento rude do povo. (prefácio José Saramago, in Terra, Sebastião Salgado, são paulo: companhia das letras, 1997.)